Nossa geração aprendeu que Meninas devem usar Rosa e Meninos Azul, mas durante a história não foi bem assim. Vou mostrar detalhes da história e porquê a atual convenção te convence que azul é cor de menino e rosa de menina, vem ver.

A cor do Poder

Nem sempre foi fácil produzir tecidos, quanto mais tingi-los da cores desejadas. Na idade média, cores eram usadas somente pelas cortes reais. Os mais nobres podiam pagar verdadeiras fortunas para ter uma cor forte e consistente nos seus mantos e vestidos da realeza.

Era comum ver a cor púrpura e os tons de vermelhos nos trajes reais, uma vez que os tingimentos eram precários e naturais, usavam os tons que a natureza proporcionava com mair força e fixação.

O tom de vermelho por sua vez, se tornou simbolo de poder, dos nobres e também dos exércitos. Facilmente identificado com a cor do sangue, essa cor forte trazia o simbolismo de poder a quem o usava.

Exército Romano, usando trajes de cor vermelha desde essa época

Roupas dos Bebês

Com lavanderias precárias poderiam desbotar roupas coloridas. Bebês utilizam e trocam muito suas peças de roupas, principalmente até o desfralde, ou seja, fazer suas necessidades sozinhos.

Por praticidade e falta de recursos abundantes como hoje, as crianças usavam BRANCO, sendo meninos ou meninas. O branco era uma cor clara, fácil de lavar e alvejar em quantidade grande, sim, não tinham os produtos de limpeza como o nosso maravilhoso Vanish hoje em dia, rs..

Além de prático, era comum que as famílias de antigamente tivessem muitos filhos. Usando roupas neutras não importava o sexo do bebê ele poderia aproveitar e usar as roupas dos irmãos.

Curiosidade: Bebês usavam um tipo de vestidos, sendo meninas ou meninos. Um modelo de roupinha mais fácil para higiene até o desfralde que poderia acontecer dos 2 aos 3 anos. Somente com essa idade, os bebês começavam a usar roupas específicas para o seu sexo.

Rosa era cor de Menino

O rosa antigo era uma espécie de vermelho claro, um vermelho diluído assim por dizer. Como disse acima, as tecnologias de tingimento eram remotas e o rosa que conhecemos hoje é realmente mais suave e delicado. O rosa antigo é mais vermelho.

Vermelho é uma cor forte, vibrante, quente, que por sua vez expressava o poder e o sangue das vitórias. Por isso, homens usavam esses tons de vermelho que chegavam a rosa. E os meninos tinham que usar vermelho e derivados para adquiri essa hombridade, essa força que a cor imprimia.

Azul era cor de menina

Se os meninos, pós desfralde, usavam uma cor forte para trazer força. As meninas por sua vez, usavam cores muito suaves e delicadas para trazer características essenciais de uma mulher na época. Sim, calma, era muito machista, só estou retratando o que era. Veja que tudo fará mais sentido.

Dentre os tons claros, amarelo suave, nudes, o branco, entre outros. Porém o Azul Celeste se destacava, era a cor do manto da Virgem Maria. Significava a pureza, divindade, era a cor do céu e quem o usasse estaria mais próximo dessa delicadeza e pureza celestial.

Pensando na cultura da época, os sentimentos que a cor trazia eram esses. Eu confesso que acho azul claro uma cor realmente muito delicada em suave, sem pensar em demais características religiosas. E você o que acha?


Quando o jogo virou?

Quando foi que menino deixou de ter o rosa como cor oficial? A partir dos anos 30 nos EUA, o Azul que era a cor do divino de Maria, começou a ser colocado em brasões, bandeiras, escudos e armamentos. O Azul num tom mais escuro se tornou um simbolo de conexão e poder político e bélico. Portanto, próprio para os homens.

Já em Versailles, a Marquesa de Pompadou acreditava que o ROSA era uma cor refinada e diferente do que as mulheres da época usavam. Aderiu aos seus vestidos e instigou outras mulheres, cortesãs e as filhas dessas mulheres a olharem para o Rosa com outros olhos.

Dai por diante até 1950 as cores para homens/meninos e mulheres/meninas era bem neutra, com uma tendência, porém NADA definido.

Nos anos 80, a indústria inventou o ULTRASSOM. Sim aquele aparelho onde vemos o bebê e faz-se ao longo de toda gravidez hoje em dia. Com a ascensão desse exame, as mães podiam saber o sexo dos bebês ainda na barriga e poder planejar os quartinhos, enxoval.

Poderiam ser de várias cores certo? Errado. Interessante era definir uma cor para cada gênero, porque assim diminuiriam as chances de se aproveitar enxovais itens entre irmãos, primos, etc. Neste caso, incentivar o consumo de tudo novo.

Sim, fomos pegos pela indústria de varejo e mercado de bebês que vem até hoje em crescente com peças totalmente diferentes para meninos e meninas.

Fotos by Pinterest

O que fazer com essa informação?

Acredito que entender a origem das coisas, nos permite retirar paradigmas e fazer com que daqui para frente possamos tomar decisões de acordo com as nossas preferências pessoais.

Decisões reais e não impostas por um mercado de massa que visa padrões e nos torna apenas seguidores disso. Mas sim, donos da nossa própria decisão e pluralidade.

A ideia é entender e compreender para libertar.

Hoje em dia várias marcas jovens estão retomando cores, formas e estímulos para que não exista essa história de gêneros para as cores =)


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Beijo grande,

Van Duarte


Referências Bibliográficas

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